sábado, 29 de agosto de 2015

A Dor



A dor do Horto,
A dor no madeiro,
A dor mais lancinante...
A dor de um decrépito lupanar,
A dor do negro chorume dos mendigos,
A dor da negra solidão,
A dor da fria indiferença,
A dor mais lancinante,
A dor mais secreta:
A dor de si mesmo;
A dor do mais profundo amor.

sábado, 22 de agosto de 2015

Índia


Sinto o chapinhar das águas do rio sagrado,
Como o poeta Tagore descreveu em seus versos místicos.
O Ganges Sagrado dispersa as cinzas dos corpos
dos Brâmanes e das castas,
Cremados em sua margem, com as essências do lenho verde
das doces mangueiras,
Multiplicando no solo fértil os edules frutos.
A Índia milenar cultua suas divindades nos altares familiares,
Certos de que a Verdade venha dos sentidos,
e que tudo já preexiste,
Certos de que a riqueza material não é superior
à riqueza espiritual.
A espiritualidade da Índia nos legou Gandhi para a humanidade,
Nos legou Madre Tereza de Calcutá para a caridade.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Marley



Dear Marley,
I know, the heart is hurted,
Something are coming,
Some people need human rights,
Some people need equal right,
Some people stay crying...
I know,
I believe,
Reggae is soul,
Reggae is rebel,
Reggae is fight.
The time will tell.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Velho Alquimista


Velho Alquimista, Raul,
O que trazes no teu velho baú?
Seria o cálice do Santo Graal,
Ou seria a Pedra Filosofal?
Seriam antigos candelabros,
Ou seria os mistérios dos velhos Sábios?
Seriam  afiados dentes de tubarão,
Ou seria a filosofia de Schopenhauer?...
Velho Alquimista Raul,
As bestas do apocalipse
Já estão vomitando,
Pois o último trem
Já está chegando.

O Azul



A minha cor é o azul.
O azul do firmamento,
O azul do planeta azul,
O azul do mar profundo,
O azul da flor púrpura,
O azul do lago azul,
O azul do azul polar,
 O azul da minha alma,
O azul de minha vida.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

#LinguaAikanã*


nûje dirikadekiizaê
keza dirikadekiiharekaê
didineriodê
didirikapeê.

coloquei um remendo na roupa,
vou colocar um remendo na casa,
o céu está nublado,
o chão está sujo de terra.


hiba hayine dirikapeê
dirikariê
ewarimeê, diriri'ê!
emiikameê!


sentei naquela pedra,
estou sentado,
você está em pé, sente-se!
repousa!


ite erioakê
tara erioariheê
amãete arime erioaheê
i'iweye xerikaê
erioakadiikaê
erikamukezazahaê
derikamuê
derinema hina biite erioaxataxanaê.


eu vivo aqui,
há muitos bichos na mata,
a anta vive na mata,
nós temos medo de onça...
fiquei para trás...
a onça me espantou,
tenho medo de ir lá,
não ficaremos aqui amanhã!
 
*Dicionário da Língua Aikanã



quinta-feira, 6 de agosto de 2015

It.
Êxtase


Como florescem as cerejeiras no Japão,
As pétalas do cedro rosa florido, caem
Como pétalas de neve no inverno,
Como as gotas de uma chuva púrpura
 Exalando sua fragrância pelo ar...
Em êxtase, senti a leveza de uma pétala
Que caia, pairando sobre minha mão.