Madona



Ela era uma deusa
de olhar celestial,
Era bela e meiga
como uma Madona,
E deu o pão de ambrosia
e mel para seu rebento,
Ali em meio ao caos.

Eu vi



Eu vi um mendigo vendendo
um crucifixo,
E Cristo estava mais triste.
Eu vi Jimi nas nuvens,
E vi Michael desolado.
Eu vi Marley desanimado,
E vi John assassinado,
Eu vi!

Ouvindo Dire Straits




Em um armazém improvisado
Jovens vestindo roupas coloridas
Tocam um ritmo frenético.
É muito bom!
Eh rapazes, aproveitem,
Que a manhã logo virá
E outros jovens certamente
Irão passar.
É muito bom!
Eh rapazes, aproveitem,
Antes da batalha chegar,
Que a manhã logo virá
E outros jovens certamente
Irão passar.

Metempsicose




Desconfio que os pássaros sejam anjos disfarçados,
Sejam homens ingênuos que não se
adaptaram à natureza das coisas,
Mas que se afinizam mais com a
leveza do ser.

Levantemos



Levantemos!
pois já não é mais a hora morta;
Levantemos e fiquemos em alerta!
O tempo urge que nos levantemos;
Levantemos e marchemos,
Que o rio corre e não retrocede,
e a correnteza se pode nos levar.

Os Pobres



Por que nos perseguem e destroem
nossas casas?
(Indagam os pobres em vão...)
E não há sofrimento humano que se
equipare ao desespero dos pobres.
Ė uma dor imensa
que vai aniquilando aos poucos,
E quantos padecem sem pão,
e sem compaixão!

Ainda quando andarmos perdidamente
      pela vida,
Haverá tempo para abrigar os
desabrigados,
Haverá tempo para salvar as crianças,
da violência,
Haverá tempo para cultivar o jardim,
Haverá tempo para plantar, e para
colher;
Haverá tempo para amar nossos pais,
Haverá tempo para contemplar o entardecer,
Haverá tempo para sermos mais
humanos;
Mesmo que a vida nos sufoque;
       mesmo assim;
Ainda haverá tempo para a vida.

Obs: os poemas aqui pu-
blicados são ensaios e
poderão ser reformu-
dos, ou até mesmo serem
excluídos.